terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O SUJEITO FORA DO CENTRO (I)

Fala-se muito sobre o reverso do "cogito" de Descartes. Estudiosos diversos da psique sabem que somos guiados por camadas muito mais profundas e imutáveis que o "Eu" cartesiano. Aliás, esse "Eu" é o produto da ação do Superego e do Id, grosso modo. Não seria lógico essa descoberta nos levar a uma nova concepção acerca da economia das interações humanas, ou mesmo à formulação de uma práxis que a espraie universalmente? Parece-me que houve, na verdade, uma acomodação por parte daqueles que, em tese, deveriam militar por essa nova concepção de humano que aceitaria os animais que nos habitam. Os experts da alma parecem ter ajustado todo esse conhecimento às necessidades de seres que não conseguem entender a diluição das responsabilidades em qualquer evento ou discuro que seja. Nossa angústia nos leva a convicções tapa-buracos, e um bode precisa ser malhado em praça pública. Quase todas as interpretações de destaque na psicanálise ajustam-se à sociedade mundial do senso comum, mesmo dentro daquelas mais tolerantes.
Sei não... a meu ver, a descentração do sujeito (nos dois níveis,de Freud e Foucault), MORREU enquanto prática. Persiste apenas como uma arte travestida de ciência (do contrário, constaria apenas nos arquivos mortos da memória coletiva).

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