terça-feira, 15 de março de 2011

DIÁRIO TOSCO (II)


Dia dezesseis, agora; afinal, já passa da uma da madruga. Entretanto, prefiro pensar que ainda é dia 15, a terça-feira onde trabalhei como um verdadeiro burro de carga... e fiquei feliz!!!
Refiro-me à nossa chácara. Como disse, estou tentando deixá-la "habitável". E, por mais árdua que tal empreitada esteja se mostrando, vale a pena o esgotamento físico de alguém que não está bem habituado a isso. Mas, que é uma missão, ah, isso é...
Queria ter ido ontem, conforme auto-acordado, mas temi uma chuva que acabou não vindo. Não seria legal cruzar o asfalto abaixo de água... Mas tudo bem! O "pega" foi proveitoso. Ah: e ganhei um mp3 player novo, via nota fiscal, já que o aparelho que comprei há alguns meses deixou de funcionar sem motivo aparente. Um sonzinho massa com o pano de fundo do verde ajuda deveras na ida e na volta e durante as pausas para descanso.
Bem... vamos tentar relatar o estado das coisas, no início da empreitada, e o (pouco) que foi feito:
  • Simplesmente não conseguíamos nos mover devido à minifloresta que engolia as construções e o terreiro. Era, também, impossível entrar no quintal;
  • Um mato de cavalinhas formou-se em frente à casa. Espesso, mesmo. Cortar aquilo, e arrancar seus tocos e raízes remanescentes do chão, é como tentar lutar contra pequenas taquarinhas;
  • Da estrada que vai para a lavoura, até a parte superior do antigo e extinto quintal (direção oposta), rocei tudo. Tive de usar machado, foice, facão, enxada e rastelo (e olha que ainda senti falta de um carrinho de mão!). O ruim será recolher todo o cisco seco que restou do ceifar. Nada, porém, que eu não possa fazer, se tiver tempo disponível;
  • Também livrei a calçada subersa pelo barro. Sério, mesmo: algumas partes deviam estar a uns vinte centímetros de barro compactado, já transmutado em um substrato firme. Não há mais água encanada, lá; eu poderia varrer bem a sujeira que restou e despejar uns baldes dágua do arroio;
  • As cavalinhas, como disse, foram meu calvário. Tu brandes a foice e ela não vai. Não sei se são as raízes, o ar contido em seus gomos, a densidade de indivíduos num mesmo espaço ou tudo isso junto. Roçar guanchumas é cortar manteiga, perto disso. Após a foice, vem a enxada; e, por fim, o rastel. Mas tá quase. Na quinta-feira, espero limpar toda aquela frente;
  • Durante a pegada no quintal, inventei em restaurar uma trilha alternativa até o arroio. Penso em largar o cisco em suas beiradas, já que a vegetação tá meio rala. Isso propiciaria, com o tempo, condições natourais para a formação de um paredão verde;
  • Infelizmente, tive de fazer uso do machado em algumas árvores "moles" espalhadas por todo o canto.
  • O que falta: passar um Roundap em certas áreas, remover todo o cisco e galhos, separar os montes de lixo inorgânico que infestam o lugar, derrubar o "monstro" (um Guapuruvu que oferece sério risco às connstruções que serão mantidas e à cabana que pretendemos erguer – essa é outra meta, a mais ambiciosa, mas não impossível), transformar a cozinha em um estúdio, desmanchar todas as demais partes, destruir os ninhos de marimbondos... e mais algumas coisas que, no momento, não recordo...
Quem me lê, pode ter uma ideia equivocada a respeito de minha relação com a flora (e, consequentemente, com a fauna)... Mas aquelas terras estavam jogadas às traças, não me perguntem por que... Além do mais, quando meu pai era vivo, não permitia que um galhinho fosse podado. Eis uma pequena mostra do resultado disso: Uma paineira colada à uma das construções avançou tanto seus galhos por cima da casa, a despejar folhas e sementes, que uma pequena paineira cresceu EM CIMA DA CASA!!! Sim!!! Já tinha quase um metro de comprimento, com suas firmes e pequenas raízes espraiadas pelo tapete orgânico que ainda cobre o telhado... Mas replantei-a, com sucesso, logo à entrada da chácara.
Então, o objetivo é tornar aquele local habitável, apenas isso. Estou procurando realizar essa missão com um mínimo de danos.
Bah... arrependi-me de não ter batido umas fotos antes de começar tudo, para registrar o andamento da coisa... Bem, tentarei levar a máquina de minha irmã caçula, da próxima vez. Postarei umas fotos.

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